ASSASSINADO UM OPERÁRIO DA TAP PELA POLÍCIA
Foi proibida na
quarta-feira uma reunião na Voz do Operário, dos trabalhadores
da TAP destinada a informação sobre a arbitragem do Acordo Colectivo de
Trabalho.
Junto à Voz do Operário
foi colocado um aparatoso dispositivo da PSP. Os
trabalhadores abandonaram o local.
Que a PSP agrediu, ferozmente os trabalhadores,
vindo-se a juntar mais tarde no Aeroporto até que uma nova carga
de polícia os fez dispersar.
No dia seguinte, quinta-feira,
dia 12, tiveram os trabalhadores conhecimento da prisão do comandante
de voo Magalhães o Silva entregue à PIDE/DGS.
Neste mesmo dia, numa concentração de cerca do 2000 operários aguardando que a
Administração desse justificação de todas estas arbitrariedades irrompe a
polícia de choque que disparando rajadas de metralhadora à
queima roupa ASSASSINA UM OPERÁRIO E FERE DEZENAS DE OUTROS, ALGUNS
EM ESTADO GRAVE.
O balando total de semelhante
repressão não pode ainda fazer-se.
Também os empregados bancários, em
torno do seu C.C.T. desenvolvem lutas. Várias reuniões com milhares de
associados, manifestações de rua no Porto e Lisboa, greves parcelares têm sido
as formas de luta adoptadas para fazer recuar o patronato e o Governo-que
pretendem impor o mais prejudicial C.C.T. à classe nos últimos anos. As ruas da
baixa têm assistido à demonstração
de força do regime através da concentração de carrinhas
de polícia e carros da água, para impedir a presença dos bancários em greve
junto aos bancos.
Também os pescadores de
Matosinhos lutam por melhores condições de vida, o que os levou a realizarem
uma série de greves.
Quando a repressão não actua
totalmente sobre uma classe de trabalhadora e escolhe os seus mais destacados
activistas com o fim de os isolar e mais eficazmente poder suster a luta dos
trabalhadores. Estão neste caso a prisão de Daniel Cabrita em 1971 (já em
liberdade depois de cumprir dois anos de prisão) e a actual suspensão de Caiano
Pereira por ter assinado a denúncia dos despedimentos realizados sem justa
causa feita pala secção do Sindicato de que é presidente.
O governo fascista português utiliza
um arsenal de legislação que os trabalhadores nas mais duras condições de luta
já denunciaram, para impedir as suas decisões colectivas e democráticas com o
fim de defenderem os seus interesses. Os C.C.T. são uma prova disso. Aos
desentendimentos entre o árbitro dos sindicatos e o árbitro do
patronato, intervém o governo para se decidir pela classe que represente o
patronato. Debaixo do mais apertado cerco corporativista os trabalhadoras,
sentem a necessidade de rebentar o espartilho legal, eleger direcções sindicais
que lhes mereçam a confiança e através delas fazer sentir os seus interesses.
Esta situação toma cada vez mais aguda ao Povo português a luta pelas
liberdades democráticas. Isto é,
a conquista de sindicatos livres, o direito à greve, o fim da censura, etc..
Os estudantes portugueses definindo
objectivos que os colocam ao lado da luta mais geral do
Povo português solidarizam-se com as lutas dos trabalhadores e neste
caso particular TAP e Bancários. Também há muitos anos que os estudantes sentem
por experiência própria a ferocidade da repressão governamental sempre que
definem colectiva e democraticamente os seus objectivos. Desde assassinatos
(Ribeiro dos Santos no dia 12/10/72), disparos de rajadas de metralhadoras,
prisão e torturas, encerramento de Associações, o governo tem em vão tentado
desorganizar as lutas estudantis.
Esta
repressão destina-se a fazer parar, como é óbvio, a luta dos
trabalhadores e dos estudantes. O governo tenta impedir por todos os meios as
movimentações democráticas que se desenvolvem em Portugal. Esta situação faz
criar nas massas populares uma maior consciência política de um total
isolamento do regime que cada vez mais tem de usar a força brutal como forma
temporária de estancar o avanço destas lutas.
Os estudantes devem apoiar todas as
formas de luta dos trabalhadores da TAP.
A TUA PRESENÇA NO MEETING A REALIZAR
NA CANTINA, HOJE DIA 13 AO ALMOÇO; A PRESENÇA NO FUNERAL DO OPERÁRIO
ASSASSINADO; A DISTRIBUIÇÃO DE TODA A INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO REFERENTE A ESTES
FACTOS, SÃO FORMAS DE LUTA DE SOLIDARIEDADE PARA COM OS TRABALHADORES DA TAP E
DOS BANCÁRIOS!
ABAIXO A REPRESSÃO FASCISTA
VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES
Lisboa, 13/7/73
Um grupo de estudantes e Lisboa
ASSASSINADO UM TRABALHADOR DA TAP PELA POLÍCIA
TODOS AO MEETING NA CANTINA DA CIDADE
UNIVERSITÁRIA ÀS 14h hoje dia 13
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